Em nosso país, esse país mal construído, de ditames viciados, espaço feudal delimitado, onde se agencia todo o tipo de maldade, onde leis sobram e boa vontade falta, o crime permeia como instituição forte e saudável. Bandidos se armam contra o estado fraco. O governo desarma o estado e libera o crime constitucionalizado. A punição das leis são abrandadas por artigos de direitos humanos. A responsabilização civil nunca foi aplicada contra bandidos. Foras-da-lei destroem a economia formal, e criam o império da economia marginal. Bandidos proliferam num terreno fértil e sobrepujam a sociedade pacata. Governos e imprensa constroem diariamente conselhos aos cidadãos como forma de escapar à ação dos delinquentes. É um jogo de fera e presa, onde a presa, quando pega, tem imputação de culpa, porque foi descuidada. A presa, nós, a sociedade produtiva, temos de arcar com todos os prejuízos materiais causados pelos foras-da-lei, e estes, mal são punidos criminalmente e sequer se pensa no Brasil em puni-los civilmente, pena essa, que os bandidos mais temeriam, pois são avessos ao trabalho verdadeiro. Bandidos teriam que na cadeia produzir até saldar os prejuízos materiais causados ao estado e aos cidadãos, isso sim, seria temeroso para eles. Da parte do governo caberia indenizar todos os cidadãos vítimas do mal. Mas num país como o nosso, o governo, indeniza o criminoso, e imputa a culpa no cidadão descuidado, e na sociedade vulnerável.
Walmir Celso Koppe
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